Universidade de Évora foi palco do XV Congresso da Geografia Portuguesa

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O Colégio Luís António Verney, da Universidade de Évora, acolheu, entre os dias 19 e
21 de novembro de 2025, o XV Congresso da Geografia Portuguesa, organizado em
colaboração com a Associação Portuguesa de Geógrafos (APG). Subordinado ao tema
“Geografia Propositiva, Dinâmicas Territoriais e Justiça Sócio-espacial”, o encontro
reuniu docentes, investigadores, técnicos, estudantes e profissionais de diversas áreas,
provenientes de Portugal, dos países lusófonos e de outras regiões, num espaço de
reflexão, debate e partilha de conhecimento sobre os desafios contemporâneos que
moldam os territórios do século XXI.
Num contexto global marcado por rápidas transformações ambientais, económicas,
sociais, políticas e culturais, e perante fenómenos como a crise climática, o
agravamento das desigualdades ou a instabilidade territorial, a Geografia afirmou o
seu papel determinante na compreensão dos processos que reconfiguram sociedades
e paisagens. Mais do que analisar dinâmicas sócio-espaciais, o congresso destacou a
importância de propor soluções, orientar políticas públicas, apoiar processos de
planeamento e contribuir para a construção de comunidades mais justas, coesas e
resilientes. A abordagem propositiva que lhe serviu de fio condutor evidenciou a
necessidade de articular investigação científica, responsabilidade social e intervenção
territorial.
A sessão de abertura contou com a presença de Maria João Costa, Vice-Reitora para a
Investigação, Inovação e Internacionalização da Universidade de Évora, que
manifestou a satisfação da instituição em receber o congresso, tendo destacado que
“a Geografia, enquanto ciência profundamente interdisciplinar, tem hoje um papel
absolutamente central na compreensão dos desafios que enfrentamos: das alterações
climáticas à gestão sustentável dos recursos, da mobilidade humana às desigualdades
territoriais, da transformação das paisagens ao impacto crescente das tecnologias
digitais na análise espacial. A forma como estudamos, interpretamos e representamos
o território determina, em grande medida, a qualidade das decisões que tomamos
enquanto sociedade. Por isso, este congresso não é apenas um espaço de encontro
académico; é um fórum para partilha de conhecimento, metodologias e visões que
podem influenciar políticas públicas, apoiar o planeamento territorial e contribuir para
a construção de sociedades mais justas, resilientes e sustentáveis”.
A Vice-Reitora da Universidade de Évora prestou especial agradecimento à comissão
organizadora e à Sociedade Portuguesa de Geógrafos pela preparação do encontro, e a
todos os participantes, “pela generosidade de partilharem o seu saber e pelo
contributo para o avanço da ciência geográfica. A colaboração entre investigadores,
instituições e territórios é essencial, e eventos como este representam um passo
fundamental nesse caminho”, concluiu.
Na mesa de abertura estiveram também presentes Fernando Carapau, Diretor da
Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, Adélia Nunes, Presidente da
Associação Portuguesa de Geógrafos, e André Carmo, em representação da Comissão
Organizadora do XV Congresso da Geografia Portuguesa.

Os debates do Encontro incidiram sobre temas como a urbanização, os padrões de
mobilidade, a distribuição de recursos e serviços essenciais, os impactos das decisões
políticas no quotidiano das populações, a especulação imobiliária, a gentrificação, a
vulnerabilidade socioeconómica e as migrações. Estes desafios, cada vez mais
complexos e interdependentes, reforçaram a importância de uma perspetiva
geográfica integrada, capaz de compreender múltiplas escalas e de contribuir para
respostas que promovessem um desenvolvimento territorial equilibrado, equitativo e
sustentável.
Com um programa diversificado, que integrou sessões temáticas, comunicações
científicas, mesas-redondas, debates, exposições e momentos de homenagem a
figuras marcantes da Geografia, o congresso constituiu um espaço privilegiado de
encontro entre diferentes gerações de geógrafos, promovendo a atualização científica,
o diálogo interdisciplinar e o fortalecimento de redes de colaboração. A APG e a
Universidade de Évora salientaram que esta edição do congresso representou não
apenas uma jornada de trabalho, mas também uma verdadeira celebração da
Geografia enquanto ciência fundamental para compreender e transformar o mundo
contemporâneo.