Líder do PCP diz que relatório final prova “envolvimento” do Governo e não compreende “sentido de humilhação” de Sócrates

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jeronimo_sousaO líder do PCP, Jerónimo de Sousa, disse ontem que o relatório final da comissão de inquérito PT/TVI demonstra o “envolvimento de membros do Governo e do PS” no caso, ironizando não compreender a “humilhação” do primeiro ministro.

“O relatório contém algumas afirmações e demonstrações do envolvimento e da responsabilidade de membros do Governo e do PS nesta matéria”, disse.

O secretário geral do PCP, questionado pela Agência Lusa sobre o relatório final da comissão parlamentar de inquérito, falava no final de um desfile promovido pelo partido em Évora, em “rutura com a política de direita, contra as desigualdades sociais, pelo emprego, produção e soberania nacionais”.

A comissão de inquérito, criada para analisar a eventual interferência do Governo na compra da TVI pela Portugal Telecom (PT), terminou hoje, com a aprovação do relatório final.

O primeiro ministro, José Sócrates, acusou hoje os deputados da oposição de terem tentado humilhá-lo publicamente com esta comissão de inquérito, afirmando que o seu dever agora seria um pedido de desculpas ao país e a si.

O líder do PCP, instado sobre estas afirmações de José Sócrates, ironizou: “Percebo que o senhor primeiro ministro se queixe, mas, nessa matéria, como noutras, tem-se colocado tantas vezes a jeito que eu não percebo esse sentido de humilhação”.

“Ponha a mão na consciência, particularmente e insisto muito nesta ideia, naquilo que são os interesses do povo e do país, naquilo que prometeu em campanha eleitoral e depois não cumpriu, naquilo que disse e depois desdisse. É por aí que deve haver a condenação”, contrapôs o líder comunista.

Desvalorizando que o relatório final ao caso PT/TVI não inclua a palavra “mentira”, Jerónimo de Sousa garantiu que, “se o primeiro ministro” fosse julgado “pelas inverdades e omissões que cometeu ao longo do seu mandato, então, segundo ponto de vista do PSD, teria tido uma moção de censura todos os meses”.

“A questão de fundo tem a ver, no plano ético e no plano político, com o comportamento do Governo e do primeiro ministro. Porque, neste quadro de agravamento da situação económica e social e de uma política de direita profundamente desgraçada, é por aí que deveremos condenar este Governo e o primeiro ministro”, afirmou.

RRL.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Tudoben

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