ULSLA reúne duas centenas de profissionais no 2º Encontro de Saúde Escolar e Saúde Oral do Litoral Alentejano
A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), através da Unidade de Saúde Pública e da Unidade de Cuidados para a Comunidade “Sines com Saúde”, reuniu cerca de duas centenas de profissionais da área da saúde e da educação no 2º Encontro de Saúde Escolar e Saúde Oral do Litoral Alentejano, que teve lugar no dia 10 de abril no Centro de Artes de Sines.
A sessão de abertura contou com a presença da presidente do Conselho de Administração da ULSLA, Maria Joaquina Matos, que salientou o contributo da sua Unidade de Saúde Pública na articulação de duas áreas de trabalho tão importantes como a saúde e a educação. Também presente na sessão de abertura, a vice-presidente da Câmara Municipal de Sines, Marisa Santos, felicitou a organização “pela escolha do programa e pela audácia em apresentar projetos e experiências de atuação, focando problemáticas que não se cingem às questões físicas, tais como os comportamentos e as emoções”.
A saúde oral e a prevenção da obesidade foram os temas mais debatidos entre os profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, psicólogos, dietistas, higienistas orais – e a comunidade escolar – professores e alunos – presentes no evento. Após duas décadas e meia de trabalho dedicado a atividades de prevenção e sensibilização das crianças e jovens em saúde oral, os resultados a nível nacional “são mais do que satisfatórios”, sublinhou Jorge Brázia, higienista oral, da Unidade Saúde Pública (USP). “Em 1987 só 10 por cento de crianças com seis anos não tinha cáries. Em 2012, 60 por cento de crianças está livre de cáries”, concluiu a mesma fonte. Na sua intervenção, Jorge Brázia referiu ainda os resultados práticos obtidos através dos projetos SOBE, SOSI e SCII.
Na temática da prevenção da obesidade nos jovens, os resultados também são expressivos, mas pela negativa. De acordo com Daniel Martins, dietista da USP e moderador neste painel, “a sensibilização começa em casa, junto dos encarregados de educação. Se em casa não se incutem hábitos de alimentação saudável, como deverão os professores agir na escola? “Obrigando” os jovens a comer sopa e fruta? Com que legitimidade?”.
Segundo os números referidos pela dietista do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), Dora Faria, um terço das crianças portuguesas é obeso. Outro dado importante é que “das crianças que são agora pré-obesas e obesas, 60 por cento pode vir a ser obeso na fase adulta”, fez notar Dora Faria, que apresentou à plateia as estratégias de intervenção promovidas pelo HLA nesta área de intervenção.
“Literacia em Saúde – A Saúde Escolar no Alentejo Litoral” foi o tema que a coordenadora do Programa de Saúde Escolar no Alentejo Litoral, Maria Duarte, levou à plateia para apresentar o trabalho que tem sido desenvolvido pelas equipas deste programa.
O desenvolvimento de competências sociais e emocionais de crianças e jovens e a importância do ser em detrimento do ser foram as reflexões deixadas pela professora de ensino em Sines, Celina Arroz.
Na sessão de encerramento dos trabalhos, a coordenadora da Unidade de Saúde Pública, da ULSLA, Fernanda Santos, referiu que a importância deste tipo de encontros consiste em “partilhar experiências e projetos e estreitar parcerias com a comunidade escolar para que juntos possamos contribuir para o crescimento saudável e o sucesso educativo das crianças do Alentejo Litoral”.

