Festival Terras sem Sombra lança um vinho dedicado aos artistas

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vinhoFestival Terras sem Sombra lança um vinho da Adega Cooperativa de Vidigueira com um perfil distinto, associado à sensibilidade característica da música

No ano em que a Vidigueira recebe o título de Cidade do Vinho 2013, a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito associou-se ao Festival Terras Sem Sombra – o festival de música sacra do Baixo Alentejo – e produziu um vinho exclusivo, concebido especialmente para os músicos de renome internacional que marcam presença nos diversos concertos programados para a 9.ª edição do festival, que se desenrola desde Abril até Julho.

Com uma edição limitada de 1000 garrafas numeradas, o DOC Alentejo 2012 “Terras Sem Sombra” foi elaborado a partir das castas Alfrocheiro, Aragonês, Castelão (Periquita) e Trincadeira, nascidas nas terras de D. Vasco da Gama, 1.º conde de Vidigueira, uma zona de excepcional riqueza agrícola. “Foi uma honra para a Adega da Vidigueira associar-se a este projecto do Departamento do Património da Diocese de Beja, que tem conseguido dinamizar toda a região do Baixo Alentejo, de modo inigualável, através da música e da cultura. Sentimo-nos no dever de retribuir o gesto: o vinho é um produto que apela aos sentidos, e para o degustar é necessária bastante delicadeza e sensibilidade. Haverá alguém mais delicado do que um músico?”, afirma José Miguel Almeida, presidente da Adega da Vidigueira.

Dora Simões, presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana – entidade que certifica os vinhos da região –, salienta a importância da zona de Vidigueira na produção dos vinhos alentejanos e o significado que este produto tem para a região. “Para demonstrar o que o Alentejo tem de melhor, nada melhor do que começar pelo vinho; a região alentejana produz vinhos com uma qualidade comprovada e o terroir implícito em cada garrafa revela a excelência da região. A Vidigueira, claro, é um marco muito importante na nossa produção, tendo uma casta com muito boa adaptabilidade: o Antão Vaz.

A Vidigueira, cuja fama vitivinícola foi imortalizada pelo escritor Fialho de Almeida (nascido em Vila de Frades em 1857) como o “País das Uvas”, e a villa de São Cucufate – importante exploração agrícola da época romana – são a prova de como a agricultura e a tradição vinícola fazem parte do património regional desde eras remotas romanos, trazendo até aos dias de hoje evidentes vestígios desta actividade na região. São Cucufate, contornada por uma ribeira, possuía terrenos muito férteis, sendo um notável centro de produção de vinho, como o comprovam as grainhas de uva, pesos de prensas e respectivo lagar, dos primeiros séculos da era cristã, aí encontrados durante as escavações promovidas pela Missão Arqueológica Luso-Francesa.

Fundado em 2003 pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, o Festival Terras sem Sombra aposta este ano, com a sua 9.ª edição, numa programação, nacional e internacional, de elevado nível artístico. Do programa fazem igualmente parte conferências, visitas guiadas e acções de salvaguarda da biodiversidade. A valorização dos produtos regionais de excelência, em estreita articulação com o património alentejano e, particularmente, os seus monumentos e as suas tradições, é uma das motivações maiores desta nova etapa da vida do projecto. Entre tais produtos destacam-se o vinho, a cortiça, o mel, o azeite, a carne e o peixe, o café, o pão, a fruta, a doçaria e o artesanato; todos eles serão alvo de acções promocionais específicas, que visam dinamizar as economias locais e regionais.

Pelos palcos do festival itinerante – algumas das mais belas igrejas alentejanas – já passaram ilustres intérpretes do panorama mundial, como os maestros Marcello Panni, Donato Renzetti e Giovanni Andreoli, as sopranos María Bayo e Marifé Nogales, o ensemble laReverdie, o barítono Marc Mauillon ou o flautista Pierre Hamon. No âmbito nacional, foram convidados, entre outros, o actor Luís Miguel Cintra, os maestros António Lourenço e César Viana e a soprano Raquel Alão. Espera-se, ainda, a colaboração de mais figuras de referência no universo musical, como a soprano Carmen Romeu, o Cuarteto Casals e a Camerata Boccherini. A programação artística está a cargo de Paolo Pinamonti, professor na Universidade de Veneza. Figura bem conhecida do meio português – foi director do Teatro Nacional de São Carlos, que nunca recuperou após o seu afastamento –, dirige, actualmente, o Teatro de la Zarzuela, em Madrid.

A Vidigueira irá receber o quarto concerto do Terras Sem Sombra no próximo dia 1 de Junho, às 21h30, na igreja matriz de São Cucufate (Vila de Frades). A soprano Carmen Romeu, o barítono Luís Rodrigues e o tenor Mário João Alves, sob direcção musical de Donato Renzetti, interpretarão a oratória Die Jahreszeiten (As Estações), de Joseph Haydn. Em co-produção do Teatro Nacional de São Carlos, o Coro desta “Casa da Ópera” e a Orquestra Sinfónica Portuguesa acompanharão o trio.

“Terras sem Sombra”: Um tinto que vibra com as notas musicais:

Vinho tinto macio, de cor vermelha intensa, com reflexos violáceos. Levemente abaunilhados, os aromas e o sabor são bem marcados a frutas, lembrando compotas de frutos vermelhos. Apresenta um final de prova prolongado e muito suave.

É proveniente das castas Alfrocheiro, Aragonês, Castelão (Periquita) e Trincadeira Preta, cujas uvas foram vinificadas em curtimenta completa a temperaturas controladas entre 26ºC e 30ºC.