Alentejo recebe prémio da OMS por intervenção precoce junto de crianças e famílias
O Programa de Intervenção Precoce na Infância no Alentejo, que apoia cerca de 2400 crianças com deficiência ou problemas de desenvolvimento e respetivas famílias, recebe hoje, em Genebra, um prémio da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Uma distinção que a presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, Rosa Matos, qualificou à agência Lusa como “muito importante”, sobretudo “para os profissionais” envolvidos e “para as crianças e suas famílias”.
“É o reconhecimento de que a região, nesta área, está a fazer um bom trabalho”, acrescentou a responsável.
O prémio da OMS ao programa alentejano, implementado em 2000 e já considerado, em 2006, como “exemplo de boas práticas” a nível nacional, é entregue hoje, na capital suíça, por ocasião da 63.ª Assembleia Mundial da Saúde.
Destinado a “pessoas, instituições ou organizações não governamentais” com um contributo “excecional na área da Saúde”, o prémio, no valor de 15 mil euros, é outorgado pela Fundação para a Saúde dos Emirados Árabes Unidos, a funcionar no âmbito da OMS.
A Rede de Intervenção Precoce do Alentejo foi criada no âmbito do Programa Nacional de Intervenção Precoce, fruto de uma parceria entre os Ministérios da Saúde, da Educação e da Segurança Social.
O programa envolve cerca de 300 técnicos, distribuídos por um total de 42 equipas que se deslocam ao terreno, apoiadas por 38 viaturas, e presta cuidados em várias áreas: Saúde, Educação, psicologia ou assistência social.
“Neste momento, estamos a acompanhar cerca de 2400 crianças, dos zero aos seis anos, e suas famílias”, explicou a presidente da ARS Alentejo.
Um trabalho que já abrange a totalidade dos concelhos do Alentejo (47) e que, segundo Rosa Matos, é “importante” para o “desenvolvimento global” das crianças apoiadas.
Esta rede permite referenciar, “logo na maternidade” ou “antes do nascimento”, uma criança com deficiência ou problemas de desenvolvimento, garantindo-lhe, tal como à família, apoio especializado “tão cedo quanto possível”.
As equipas são multidisciplinares, podendo incluir educadores, psicólogos, fisioterapeutas, médicos e enfermeiros, entre outros, consoante as necessidades da criança ou da família.
Os hospitais, centros de Saúde, creches e escolas são entidades que integram, igualmente, a rede, que permite apoiar a criança sem a “desenraizar” do contexto onde está inserida.
“A grande mais valia é que a criança é ‘trabalhada’ no seio da família e da escola”, para que, “desde muito cedo, se sinta integrada nos seus contextos de vida” e a sua deficiência ou atraso não sejam “motivo de rejeição, mas antes que aprenda a viver com esse problema”, explicou a presidente da ARS.
RRL.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Tudoben

