Alqueva: Pleno enchimento dá resposta a anos de seca no Alentejo – presidente da EDIA

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alqueva_notBeja- O presidente do Conselho de Administração da empresa gestora de Alqueva, Henrique Troncho, congratulou-se  pelo pleno enchimento atingido pela albufeira, destacando que é um “marco importante” do projecto, sobretudo para fazer face a períodos de seca.

“É um marco importante e histórico porque é a primeira vez que o Alqueva atinge o Nível de Pleno Armazenamento (NPA)”, ou seja, a cota máxima de 152 metros, frisou.

O presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva (EDIA) realçou à agência Lusa que, com o NPA atingido ontem à tarde, cumpre-se “um objectivo inicial” de Alqueva, o de garantir à região uma reserva estratégica de água para enfrentar secas cíclicas.

“Mesmo que, futuramente, se verifiquem três anos de seca grave, a região tem resposta garantida através da água de Alqueva”, realçou.

Uma reserva estratégica de água que assegura o cumprimento dos vários fins múltiplos associados ao empreendimento, como “o abastecimento das populações, a rega e a produção de energia eléctrica”.

Segundo Henrique Troncho, o pleno enchimento da albufeira, atingido sensivelmente entre as 14:00 e as 15:00, também prova que, aquando do fecho das comportas da barragem, em 2002, estavam erradas as previsões de que Alqueva levaria décadas a encher.

“Primeiro, diziam que Alqueva nunca se faria, mas fez-se. Depois, disseram que a albufeira levaria décadas a encher e a atingir a cota 152, mas afinal temos aqui a prova de que eram vozes demasiado pessimistas”, argumentou.

Para que Alqueva alcançasse o NPA, insistiu, bastaram “menos de oito anos” de enchimento: “Juntamente com a intensa pluviosidade registada há três anos atrás, bastou-nos agora este ano muito chuvoso para chegar à cota 152”.

Ao atingir a capacidade máxima, pela primeira vez, a albufeira de Alqueva tornou-se o maior lago artificial da Europa, armazenando um volume de água de 4.150 hectómetros cúbicos.

A barragem, na cota 152, está um metro abaixo do nível de máxima cheia para que está preparada (cota 153), tendo a empresa gestora do Alqueva decidido também  dar início a descargas controladas da albufeira.

Segundo a EDIA, as afluências de água que continuam a registar-se em Alqueva e as previsões meteorológicas para os próximos dias levaram a empresa a decidir abrir ontem à tarde as comportas da barragem para “libertar algum caudal”.

A EDIA mantém “descargas controladas, através dos descarregadores de meio fundo, permitindo, desta forma, que a capacidade de encaixe continue com folga suficiente para fazer face a eventuais subidas nas afluências”.

Após a abertura de comportas em Alqueva, também a barragem de Pedrógão, situada a 23 quilómetros a jusante, está a descarregar para o rio Guadiana, “prevendo-se que o caudal do rio se mantenha alto nos próximos dias”.

“Todas estas acções, já previstas, estão a ser articuladas com os Serviços de Protecção Civil, que acompanham e monitorizam as operações”, garantiu a EDIA.

A operação vai provocar “o alargamento do leito do rio”, mas de “forma controlada”, estando a Protecção Civil a “articular essa subida do nível da água, para que não haja qualquer problema”, acrescentou Henrique Troncho.

O presidente do Conselho de Administração da EDIA disse ainda não ser possível prever durante quantos dias é que vão continuar as descargas, mas frisou que o objectivo é manter o nível da albufeira “entre as cotas 151 e 152”.

“Não queremos ultrapassar a cota 152, mas interessa-nos, em segurança, reter a maior quantidade de água possível, precisamente para fazer face aos anos de seca”, afirmou.

RRL/LL.

Lusa/Tudoben

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