Cruz Vermelha reforça apoio nos locais mais afetados pelos incêndios

Os incêndios rurais continuam a lavrar por todo o país, colocando à prova a capacidade de resposta nacional. Perante o prolongamento do estado de alerta, a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) reforça o apoio às operações de resposta aos incêndios, tendo mobilizado nos últimos dois dias mais quatro unidades de REST SPACE. No momento estão ativas duas destas Estruturas, em Meãs (Pampilhosa da Serra) e Fundão. Este último tem capacidade para 250 operacionais em permanência e inclui um Posto Médico Móvel. Entre domingo e ontem foram ativadas outras duas unidades, em Arganil e Ponte das Três Entradas (Oliveira do Hospital), entretanto desmobilizadas.
São infraestruturas destinadas aos operacionais, pensadas na sua recuperação entre turnos. Um local que funciona como uma zona de retaguarda nos teatros de operações e que tem como finalidade garantir condições dignas de descanso, higiene, alimentação, apoio psicossocial e recuperação física daqueles que estão diretamente envolvidos no combate aos incêndios. A ativação destes REST SPACES é possível com o apoio da Missão Continente e da Worten.
Mais recentemente, também a Glovo se junta à Cruz Vermelha Portuguesa para apoiar esta resposta humanitária, através da sua plataforma. A partir de amanhã, os utilizadores da aplicação Glovo poderão fazer as suas contribuições através da aplicação, entrando no seu perfil, selecionando «Doações» e escolhendo o valor que desejam doar. Esta parceria permite que cada contribuição chegue rapidamente a quem mais precisa, ajudando a fornecer refeições, abrigo e apoio essencial às comunidades e aos operacionais no terreno.
“É com sentido de responsabilidade que nos associamos a esta iniciativa da Cruz Vermelha Portuguesa. Acreditamos que, em momentos de maior vulnerabilidade, a união entre empresas, instituições e sociedade civil faz a diferença. Cada contributo mobilizado permite proteger vidas e apoiar aqueles que estão na linha da frente junto das comunidades mais afetadas”, afirma Pedro Sobral, diretor da Glovo.
Para Gonçalo Órfão, Coordenador Nacional de Emergência da CVP: “Aquilo a que estamos a assistir exige muito dos operacionais. A morte de um bombeiro em plena missão relembra-nos, de forma dolorosa, os riscos diários para quem está na linha da frente de combate aos incêndios. Só nos últimos dias, a Cruz Vermelha mobilizou centenas de operacionais, mais de uma centena de ambulâncias, meios logísticos e estruturas de descanso e cuidados básicos para os operacionais e população, num esforço contínuo que não tem descanso. Qualquer operação de socorro implica uma logística robusta, capaz de assegurar não apenas a resposta imediata, mas também a resistência física e emocional de quem está no terreno. É precisamente esse o objetivo da Cruz Vermelha com os Rest Spaces e com todo o apoio operacional prestado em proximidade.
Ao longo dos últimos dias, a CVP já integrou 25 Teatros de Operações, com a mobilização de 423 operacionais, entre os quais socorristas, elementos de logística e oficiais de ligação, numa operação que se mantém ativa e em crescimento.
Até ao momento, foram registadas 85 ocorrências e realizadas 30 evacuações preventivas, sempre em articulação com os restantes agentes de proteção civil.
A resposta da CVP no terreno conta com o envolvimento de:
- 107 ambulâncias em operação;
- 18 centros de coordenação móveis;
- 12 viaturas de logística;
- 1 posto médico móvel;
- 1 viatura de comando (VCCO);
- 3 Zonas de Apoio à População afetada (ZCAP);
- 4 Rest Espaces – dois ativos em Meãs (Pampilhosa da Serra) e Fundão.
A Sala de Crise Nacional (SALOP) encontra-se ativa 24 horas por dia, assim como 42 delegações da rede da Cruz Vermelha Portuguesa, com meios de prevenção em permanência. A CVP dispõe, ainda, de uma equipa de drones (UAS) para reforço das operações de monitorização e apoio à decisão.
“Precisamos do contributo de todos, união e resiliência, para através da prevenção, cooperação e de comportamentos responsáveis, travar a escalada destes incêndios que continuam a devastar o país”, afirma Gonçalo Órfão.
A Cruz Vermelha Portuguesa reforça ainda que a sua presença no terreno é sempre realizada em cooperação e articulação com os restantes agentes de proteção civil, complementando as respostas já existentes e apoiando simultaneamente as comunidades afetadas e os operacionais que arriscam a vida diariamente.