Évora Património da Humanidade: Assembleia de Rua vai exigir “recuperação” do Salão Central

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Comunicado:

Esta sexta-feira, dia 25 de Novembro, um grupo de cidadãos vai assinalar os 25 anos de Évora Património da Humanidade com uma concentração/vigília junto ao Salão Central Eborense, cuja degradação é o símbolo do pouco apreço que os poderes públicos têm manifestado pela cultura e pelos seus agentes na cidade de Évora e que hoje se traduz em dívidas relativas aos apoios acordados de parte do ano de 2009, ano de 2010 e já de 2011 aos agentes culturais, muitos deles com salários em atraso e colocando alguns grupos mesmo em risco de extinção.

De entre as várias actividades programadas para esta Assembleia de Rua, no Pátio do Salema, a partir das 18 horas do próximo dia 25 de Novembro – data em que se assinala o 25º aniversário da classificação do Centro Histórico de Évora como Património Mundial – constam pinturas, música, intervenções e a apresentação de uma moção, para ser debatida e aprovada, em que se exige:

1) Que a Câmara Municipal e as entidades oficiais (Ministério da Educação, da Cultura, etc.) tenham uma nova atenção para os agentes culturais locais, recorrendo a eles sempre que possível, e estimulando o seu trabalho a troco de compensações financeiras adequadas;

2) Que a Câmara Municipal cumpra as suas obrigações com os grupos e agentes culturais do concelho, comprometendo-se a pagar a tempo e horas os subsídios e apoios a que livremente se comprometeu e cujo não pagamento está a estrangular financeiramente muitas destas entidades;

3) Que, depois de várias promessas nunca concretizadas – desde a constituição da Évora Régis há dois anos, até a declarações posteriores do presidente de Câmara de que a obra iria avançar – seja encontrada disponibilidade financeira para a recuperação do Salão Central, um espaço único e imprescindível para a realização de espectáculos de alguma dimensão em Évora (a Arena não tem quaisquer condições para espectáculos de palco);

4) Que a Câmara e a Assembleia Municipal alterem a legislação local com vista a possibilitar e potenciar as actuações e performances de rua por parte de artistas locais e visitantes, uma vez que a actual legislação impõem regras que não se coadunam com práticas culturais espontâneas, tais como as que se assistem em qualquer centro histórico de variadíssimas cidades pela Europa e pelo mundo fora.

5) Que a Câmara Municipal de Évora cumpra a legislação em vigor e pressione os privados e instituições a recuperar os edifícios degradados do centro histórico.

6) Que já esta Primavera e Verão, a Câmara Municipal anime os espaços nobres da cidade com um Festival de Rua, juntando várias expressões artísticas, com base nos artistas e grupos locais que, de forma rotativa e segundo um calendário estabelecido, poderiam assegurar a animação de algumas das principais praças e largos de Évora, durante os meses de maior afluxo turístico, dando-lhes possibilidade de mostrarem o seu trabalho e de o rentabilizarem economicamente.

Através dos órgãos de comunicação social deixamos o convite à população de Évora para estar presente nesta concentração/vigília em nome da cultura e do património da cidade de Évora, cujos poderes públicos ao não honrarem os seus agentes culturais e deixando degradar os espaços de índole cultural , como é o caso do Salão Central, estão também a violar o espírito com que foi classificada, há 25 anos, Património da Humanidade.

Évora, 20/11/2011

Movimento “A Cultura está Viva e Manifesta-se na Rua

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