Castro Verde/Minas: Trabalhadores e administração da Somincor começam hoje a negociar

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minas_aljustrel_notCastro Verde, Beja – Os trabalhadores da mina de Neves-Corvo (Castro Verde) esperam que o processo negocial com a concessionária, que arranca hoje, tenha “sucesso” e “chegue a bom porto”, para resolver um conflito que motivou uma greve de 43 dias.

“Espero que [o processo negocial] chegue a bom porto. Vamos ser optimistas e esperar que as negociações tenham sucesso. O otimismo reina”, disse à Agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Jacinto Anacleto.

“Os trabalhadores esperam da parte da administração seriedade e boa-fé no processo negocial”, que arranca hoje às 14:00, na sede da Somincor, em Castro Verde, para que “a paz social volte a imperar e a normalidade volte à empresa”, frisou o sindicalista.

Da parte do STIM, em representação dos trabalhadores, o conflito “ficava resolvido” hoje, “agora vamos ver qual é, efetivamente, a disponibilidade da empresa” para negociar, disse.

No domingo imediatamente a seguir ao fim das negociações, os trabalhadores vão reunir em plenário na sede do STIM, em Aljustrel, para “analisar as conclusões” do processo negocial e pronunciarem-se, adiantou Jacinto Anacleto.

“Se as negociações falharem, esperamos que não, os trabalhadores estão disponíveis para voltar à greve”, admitiu.

Contactada pela Lusa, a porta-voz da Somincor, Lígia Várzea, remeteu eventuais declarações para o final do processo negocial.

A greve na mina de Neves-Corvo, de duas horas diárias no início de cada turno e que durou 43 dias, terminou na passada quinta-feira, após a administração da Somincor se ter mostrado “disponível” para negociar.

A greve terminou um dia após uma delegação do STIM se ter deslocado à Presidência da República, para saber que diligências Cavaco Silva já tinha tomado para “ajudar” a resolver o conflito entre a concessionária e os trabalhadores da mina de Neves-Corvo.

“Não tenho dúvida nenhuma que a Presidência da República teve um papel fundamental para o fim da greve. Contudo, não podemos tirar o mérito à firmeza e à determinação dos trabalhadores, que foram muito importantes”, salientou Jacinto Anacleto.

Os trabalhadores reivindicam um aumento de cem euros no subsídio de fundo, que é atribuído aos trabalhadores que trabalham no fundo da mina, e “o pagamento dos 50 por cento em falta da compensação do dia de Santa Bárbara” (padroeira dos mineiros) de 2009 e “a garantia do pagamento da compensação na totalidade este ano e nos próximos anos”.

LL.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Tudoben

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