Preservação da Biodiversidade alentejana com um longo caminho a percorrer

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Alentejo

Foi no passado dia 10 de Junho que o Festival Terras Sem Sombra, dando voz à causa promovida pelo ICNB e a LPN, desenvolveu uma acção de sensibilização e educação para a prática de uma actividade agrícola sustentável e de coabitação com as espécies residentes, na Herdade da Apariça, uma das mais significativas áreas agrícolas da região de Beja, estendida ao longo de 2000 ha. Esta foi a 5ª acção inserida no programa de Biodiversidade promovido pelo Festival que, desde Março tem vindo a desenvolver diversas actividades de dinamização cultural e ambiental, em várias regiões do Baixo Alentejo.

Sendo a mais pesada das aves europeias, mas também uma das mais difíceis de observar, as abetardas contam actualmente em Portugal com uma população de apenas 1400 indivíduos, pelo que se tem observado um crescente no que toca à preservação desta espécie em vias de extinção.

As alterações às práticas agrícolas, a caça furtiva e os cabos de alta tensão são apontados como os principais factores para a quebra exponencial da população de abetardas que se tem observado desde o século XIX, chegando aos dias de hoje com apenas 40 mil aves em todo o mundo.

Invertendo a tendência, os agricultores incluídos na Zona de Protecção Especial (ZPE) de Cuba adoptaram, desde 2009, um conjunto de medidas para compatibilizar a produção agrícola com a conservação de aves estepárias, como a abertarda e o sisão, ao abrigo do acordo assinado com o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território (GPP, ICNB, DRAP Alentejo), EDIA e duas ONGAS (SPEA e LPN).

Neste sentido, encimado pelo Conde de Ripalda, D. Amalio de Marichalarb, Presidente do Fórum Mundial para a Sustentabilidade e com a presença alegórica do actor Luís Miguel Cintra – recém-nomeado “Melhor Actor de Teatro” pela SPA, a actividade contou com a sinalização de cercas, a construção de passagens para as abetardas nas vedações de gado e a colocação de ninhos artificiais para o francelho (pequeno falcão migrador), num gesto simbólico de sensibilização para um comportamento mais sustentável e consciente por parte dos agricultores face a esta causa.

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