Portalegre: PS e CDU criticam orçamento camarário de 28,6 ME para 2010

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se_catedral_portalegrePortalegre, 29 Dez (Lusa) – Os deputados do PS e da CDU na Assembleia Municipal de Portalegre (AMP), criticaram hoje de madrugada, durante uma sessão daquele órgão deliberativo, o orçamento camarário para 2010, no valor de 28,6 milhões de euros.

Entre protestos e críticas por parte da oposição, numa reunião que durou mais de seis horas, o documento foi aprovado com os votos favoráveis da maioria constituída pelos eleitos do PSD e um do CDS-PP.

Para o porta-voz da bancada socialista, Miguel Monteiro, o orçamento apresentado pelo executivo liderado por Mata Cáceres encontra-se “vazio” e “sem argumentos” que possam dar resposta aos portalegrenses.

“É um orçamento que não dá resposta ao desenvolvimento da cidade, vazio de ideias, para tapar buracos. O desvario financeiro de anos anteriores, protagonizado pelo PSD, não permite agora dar respostas concretas aos munícipes”, disse.

“Não se vislumbram respostas, não se vislumbra nenhum raio de esperança para que Portalegre possa seguir num caminho que não seja o da estagnação e até nalguns sentidos o do retrocesso”, sublinhou.

O orçamento para 2010 representa uma diminuição de dois milhões de euros em relação ao orçamento de 2009 e de menos 11 milhões de euros em relação ao ano de 2008.

Este orçamento foi anteriormente votado em reunião de câmara, tendo merecido os votos favoráveis dos três eleitos do PSD, a abstenção dos três vereadores do PS e do vereador da CDU.

Na AMP o orçamento foi aprovado com os votos favoráveis da bancada do PSD e do único deputado do CDS-PP que, desta forma constituem a maioria naquele órgão deliberativo, e com os votos contra dos eleitos da CDU e com a abstenção do PS.

O porta-voz da CDU, Luís Pargana, mostrou-se por sua vez indignado pela forma como os documentos (orçamento e Grandes Opções do Plano) foram apresentados aos deputados municipais.

“Os documentos foram entregues nas vésperas da quadra natalícia, sem respeitar os prazos previstos no regimento e isso inviabilizou o envolvimento das forças políticas na discussão, no debate, na análise e na deliberação”, declarou.

“Este orçamento é para cumprir calendário, sem fundamentação politica. Não permite perceber prioridades que o executivo tem para os próximos anos”, observou.

António José Batista, eleito pelo CDS-PP, votou por sua vez favoravelmente o orçamento, mas deixou um alerta ao executivo liderado por Mata Cáceres.

“Estamos a dar um voto de confiança a este executivo para que nestes quatro anos possam fazer algo pela cultura, pelas tradições, pelas famílias. Nesse sentido votamos favoravelmente, mas se algo correr em contrário estaremos cá para fiscalizar e chamar à responsabilidade”, declarou.

Por sua vez, o porta-voz da bancada do PSD, Miguel Arriaga desvalorizou as críticas apresentadas pela oposição e sublinhou o trabalho desencadeado ao longo dos anos pelo PSD na autarquia de Portalegre.

“Este não é o orçamento que ambicionávamos. Mas temos obra feita e projectos de investimento, e com este executivo temos uma linha orientadora”, disse.

“Portalegre tem seguido um rumo nestes últimos anos. Não podemos ter memória curta, vamos olhar para trás e observamos que tivemos executivos que apresentavam vinte por cento de taxa de execução e hoje em dia, em termos de execução, esta câmara é uma das melhores do país”, concluiu.

HYT.

Lusa/Fim

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