Marionetas: Évora apresenta “Fotógrafos, Títeres e outros sonhadores…”

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evora_notÉvora – O espectáculo de marionetas “Fotógrafos, Títeres e outros Sonhadores, Évora e a História da Fotografia” estreia esta sexta-feira, num projecto educativo que estará disponível a partir de Janeiro de 2010, informou  o município local.

A estreia está marcada para as 18:00 no pátio do Arquivo Fotográfico Municipal, ficando o espectáculo disponível a partir de Janeiro, todas as tardes de quartas-feiras.

Inspirado na expressão artística dos Bonecos de Santo Aleixo, marionetas manipuladas por actores do Centro Dramático de Évora (Cendrev), o espectáculo, concebido como projecto educativo, consiste numa breve resenha dos momentos e figuras mais ligadas aos primeiros anos da chegada da fotografia a Évora.

Tendo por base algumas das figuras típicas dos Bonecos de Santo Aleixo – o Padre Chanca, o Mestre Salas e a sua prima Virgininha – foram introduzidos num texto narrativo original alguns dos primeiros fotógrafos chegados a Évora e que, por um motivo ou por outro, foram marcantes na história da fotografia local.

Ulisses d’Oliveira, um dos primeiros fotógrafos viajantes a fixar-se com regularidade em Évora, Jean Laurent, exemplo da passagem pela cidade dos grandes fotógrafos estrangeiros que até aqui se deslocaram para retratar os monumentos mais emblemáticos, e Maria Eugénia Reya Campos, que se intitulava a primeira mulher phographa portuguesa.

Exemplos a que se juntaram as figuras de José António Barbosa (vindo de Setúbal e radicado em Évora nos finais do século XIX), José Pedro Passaporte (Photographo da Casa Real) e Ricardo Santos, vindo de Lisboa e o primeiro a construir um estúdio fotográfico de raiz em Évora.

A estas figuras, os promotores acrescentaram, como elos de ligação à cidade e ao seu tempo, António Filipe Simões, director da Biblioteca Pública de Évora e intelectual, José Maria Ramalho Perdigão, um dos mais abastados lavradores da época, responsável pela construção de alguns grandes edifícios da cidade oitocentista, nomeadamente do Teatro Garcia de Resende, ou a irmã Maria Ludovina do Carmo, última freira do Convento de Santa Clara.

A construção e concepção do espectáculo inspirou-se na tradição dos tradicionais títeres alentejanos, através de uma (re)interpretação dos bonecos, bem como do espaço cénico, embora tenham sido conservadas, contudo, algumas das características originais, nomeadamente, a forma de manipulação, a configuração do cenário e a iluminação a candeia de azeite.

Este projecto é da responsabilidade do Arquivo Fotográfico Municipal, tendo contado com a direcção artística do marionetista Manuel Dias e com o apoio da Companhia de Actores dos Bonecos de Santo Aleixo e da Estação Imagem.

MLM.

Lusa/Fim

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