Odemira: Comunidade instalada no Alentejo procura modelo social para “futuro sem guerra”

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odemira_notOdemira, Beja, (Lusa) – Mecânicos, arquitectos, veterinários e jornalistas estão entre os habitantes, de várias nacionalidades, que formam a comunidade de Tamera, instalada numa herdade no interior do concelho alentejano de Odemira e que procura um futuro sem guerra.

A Tamera é um Centro de Pesquisa para a Paz, fundada em 1995, numa propriedade de 150 hectares próxima de Colos, onde vivem e estudam aproximadamente 160 pessoas, umas em regime de permanência e outras temporariamente.

Neste Centro de Pesquisa, são desenvolvidos projectos de estudo nas áreas social, política, tecnológica, ecológica e ainda arquitectónica, entendidos como sendo parte de um todo, cujo principal objectivo é “educar para a Paz”.

“A Tamera como um todo é já um modelo, neste sentido de educação e de passar o conhecimento de Paz que foi adquirido aqui”, explica à agência Lusa Barbara Kovats, membro da comunidade e coordenadora da Aldeia Solar, um projecto de auto-suficiência energética que vai começar a ser testado.

Esta comunidade, cujos elementos são, na sua maioria, provenientes de países estrangeiros, sobretudo da Alemanha, está inserida numa zona rural, procurando envolver-se com os habitantes da região.

“Apesar de cultivarmos alguns vegetais, os alimentos não são suficientes para sustentar toda a comunidade, pelo que costumamos negociar com os agricultores da região e acabamos também por ajudá-los”, avança a jornalista Leila Dregger, para enfatizar que a Tamera não é uma comunidade fechada.

Este Centro de Pesquisa para a Paz tem ainda cursos abertos a todos os interessados e que já foram frequentados por mais de mil pessoas.

Os temas focados foram, por exemplo, a “construção de estruturas de comunidade”, a “resolução de conflitos”, o “conhecimento social e espiritual”, a “tecnologia solar” ou a “arte”.

Um dos projectos mais importantes, actualmente, em curso é a Aldeia Solar, cujo campo de testes é inaugurado este sábado, que pretende ser energeticamente auto-suficiente através do aproveitamento do calor do Sol.

Esta aldeia, ao mesmo tempo que é “amiga do ambiente”, porque quer “eliminar da equação” o recurso a combustíveis fósseis e permite a descentralização da produção de energia, é também outra das contribuições da Tamera para a Paz.

AYN.

Lusa/Fim

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