Beja/Minas: Trabalhadores de Neves-Corvo em greve manifestam-se quarta feira em Beja

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beja_cidadeCastro Verde, Beja – Os trabalhadores da mina de Neves-Corvo (Castro Verde), em greve há 14 dias, vão manifestar-se esta quarta-feira, em Beja, para “dar expressão de rua” à luta e “forçar” o Estado “a fazer alguma coisa”, disse fonte sindical.

Os trabalhadores vão juntar-se “a partir das 15:00” junto a um hipermercado e depois irão deslocar-se a pé até ao Governo Civil de Beja, onde irão concentrar-se e tentar ser recebidos pelo Governador Civil, Manuel Monge, precisou o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Jacinto Anacleto.

Através da manifestação, os trabalhadores da concessionária da mina, a Somincor, querem “dar expressão de rua à luta que estão a desenvolver”, com uma greve por tempo indeterminado e de duas horas no início de cada turno, às 06:00, 08:00, 14:00 e 22:00, que começou no passado dia 16 de fevereiro, justificou o sindicalista.

Os trabalhadores querem também “forçar organismos do Estado”, sobretudo os ministérios do Trabalho e da Economia, “a fazerem alguma coisa”, disse Jacinto Anacleto.

O sindicalista lembrou que o STIM já pediu a intervenção daqueles dois ministérios para a “resolução do conflito” entre a Somincor e os trabalhadores, mas “até agora ainda não obteve nenhuma resposta”.

Após a concentração junto ao Governo Civil de Beja, disse Jacinto Anacleto, os trabalhadores admitem deslocar-se à sede da Direção Regional do Alentejo da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), situada em Beja, para tentarem ser recebidos pelo diretor, Carlos Graça.

De acordo com o sindicalista, o STIM “já participou à ACT algumas violações à lei da greve” que terão sido cometidas pela Somincor, mas “até ao momento” aquele organismo público “também não fez nada”.

Através da greve, os trabalhadores da Somincor reivindicam um aumento de cem euros no subsídio de fundo, que é atribuído aos trabalhadores que trabalham no fundo da mina, “o pagamento dos 50 por cento em falta da compensação do dia de Santa Bárbara” de 2009 e “a garantia do pagamento da compensação na totalidade este ano e nos próximos anos”.

“Desde o primeiro dia, a adesão à greve tem-se mantido acima dos 90 por cento nos turnos das 06.00, 14:00 e 22:00”, que abrangem os trabalhadores do fundo da mina, em que “o descontentamento é maior”, disse Jacinto Anacleto.

No turno das 08:00, que abrange os trabalhadores à superfície, só abrangidos pela reivindicação relativa à compensação do dia de Santa Bárbara, “a adesão é fraca”, disse.

A Câmara de Castro Verde (CDU), o PCP, o Bloco de Esquerda e a CGTP, através da União de Sindicatos do Distrito de Beja, já se mostraram solidários com a luta dos trabalhadores da Somincor.

LL.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Tudoben

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